Transtorno do pânico
Transtorno do Pânico: entenda o que é e como ele se manifesta. explore os principais sintomas e impactos no dia a dia, e descubra abordagens para tratamento e gestão da ansiedade
Por Gabriela Nuernberg, PhD em Psiquiatria.
05/03/2018
Temos reações normais e esperadas no organismo para situações de perigo real – o coração dispara; a respiração fica rápida, quase ofegante; os olhos arregalam-se. É a clássica reação de luta ou fuga. No entanto, quando isto acontece de forma inesperada, espontânea, sem uma situação clara de perigo, dizemos que é um ataque de pânico. Há interpretação de que situações catastróficas estão prestes a acontecer. A sensação de medo e desconforto vai ficando cada vez maior, e os sintomas físicos também. Os principais sintomas físicos do ataque de pânico são: palpitação, tremor, suor, falta de ar, sensação de desmaio, náusea, desconforto abdominal, tontura, calorão, formigamento. Os principais sintomas psicológicos são: medo perder o controle ou enlouquecer, medo de morrer subitamente, ter a sensação de desconhecimento do local que está ou de si próprio. O “alarme” do perigo disparou. Mas ele não necessariamente está desregulado quando a pessoa tem crise de pânico. Pode ser um evento isolado que não se repetirá. Ou, se esta crise desencadear uma desregulação no sistema responsável por estas respostas e houver crises subsequentes acompanhada de um medo constante de elas se repetirem, configura-se um transtorno do pânico.
Assim, surge o “medo de ter medo”, que faz com que a pessoa comece a evitar situações ou lugares com muita gente ou fechados. Estas evitações chamamos de agorafobia na linguagem psiquiátrica. O transtorno do pânico requer tratamento especializado.
Como funciona o tratamento para Transtorno do Pânico?
O tratamento tem como objetivo prevenir novos ataques e também reduzir a ansiedade antecipatória e as evitações que prejudicam a qualidade de vida. O primeiro passo do tratamento é orientar o paciente sobre o que está acontecendo com ele, como funciona o “sistema de alarme”, quais as consequências possíveis, e como ajudar a regulá-lo novamente. O segundo passo é definir outras abordagens de tratamento – medicação e/ou psicoterapia. A avaliação completa do paciente é fundamental. Pode haver outras manifestações associadas ou outras doenças que precisam ser tratadas em conjunto, como por exemplo a depressão. O tratamento geralmente tem um tempo definido de seis meses a dois anos a partir do momento que a pessoa deixa de ter as crises, para evitar recaídas, e raros casos necessitarão continuar o tratamento por mais tempo.
Existem algumas mudanças no estilo de vida que contribuem para um desfecho positivo no transtorno do pânico: regulação do sono e a prática de exercícios físicos. Por outro lado, situações de estresse e uso excessivo de cafeína podem precipitar as crises.
As classes de medicamentos mais utilizadas são os antidepressivos e os calmantes. Pode também ser utilizados medicamentos que possuam efeitos auxiliares, como os antipsicóticos ou até mesmo estabilizadores de humor, dependendo das comorbidades.
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