Bio: mãe, filha, esposa, advogada e vivendo com TDAH.
Mães não têm TDAH, têm!? Ah tá... Nem sempre é assim. A população de mulheres adultas é o grupo em que diagnósticos de TDAH mais crescem atualmente. Em outras palavras, você não está sozinha – em suas emoções conflitantes, em suas dúvidas ou em sua chance de um novo começo. Mas precisamos entender melhor o que está acontecendo e direcionar você para o caminho correto.
Por Gabriela Nuernberg, PhD em Psiquiatria.
08/08/2024
Muitas mulheres com TDAH que foram diagnosticadas na idade adulta experimentaram o "Aha! Eu sabia que tinha alguma coisa" justamente no momento em que seu filho foi diagnosticado [ hiperlink – filho foi diagnosticado – remeter para o que é TDAH, parte que fala sobre genética – OU outra possibilidade seria colocar um entre parênteses e saiba mais sobre o TDAH e a genética, e aí manda pra lá). De repente, você começa a reconhecer a si mesma e que muitas lutas da sua vida também fazem sentido dentro do diagnóstico. Você sempre soube que algo estava acontecendo, e agora, depois de saber mais sobre o transtorno, você acha que tem TDAH. Que passos você deve seguir? Vou tentar lhe ajudar com algumas orientações para descobrir como ter certeza e encontrar os recursos para seguir em frente dentro da perspectiva do diagnóstico do TDAH.
1. Torne-se um especialista
Sua vida parece uma grande luta? Você está perpetuamente desapontado e frustrado? O primeiro passo em sua jornada com TDAH é buscar um diagnóstico correto. [será que tenho tdah? Teste com os sintomas] Comece aprendendo tudo o que puder sobre o TDAH em adultos - até o ponto em que você esteja muito bem informada! [remeter para o que é TDAH] Além disso, converse com ele sobre outros sintomas que você tenha, pois é possível que você tenha alguma outra condição psiquiátrica. Se já usar medicação, fale todos os sintomas que você percebeu após o uso. Todos mesmo; por mais esquisitos e não-relacionados que eles pareçam. Se for possível, anote tudo em seu celular - o que ocorreu, quando, as circunstâncias, a intensidade.
2. Sofra o luto por ter o diagnóstico
Obter um diagnóstico é o primeiro passo. O segundo passo é começar a olhar para sua vida em duas fases distintas: pré e pós-diagnóstico. Depois que a ideia de seu diagnóstico se firmar no seu médico e dentro de você, será um novo começo! Mas primeiro você precisa encerrar a fase de pré-diagnóstico, portanto, certifique-se de lidar com suas emoções. Você precisa de tempo para lamentar e aceitar as informações. Somente depois de trabalhar seus sentimentos você poderá começar a seguir em frente com uma visão clara de sua vida pós-diagnóstico.
3. Procure ajuda profissional
Depois de aceitar seu diagnóstico, comece a considerar as suas opções de tratamento, incluindo medicamentos, dieta, ajuste do sono, exercícios e terapia. Eu ofereço um pacote de tratamento que considero essencial para a sobrevivência do TDAH no dia-a-dia. O TDAH é um dos transtornos mais tratáveis dentro da psiquiatria. [saiba mais - link tratamento do TDAH)] A resposta com medicamentos geralmente é dramática e geralmente o tratamento combinado (medicação e psicoterapia) tem melhor resposta ainda! Além disso, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma forma de psicoterapia muito utilizada no tratamento do TDAH e é baseada na teoria de que a forma como pensamos e sentimos afeta diretamente nosso comportamento e vice-versa. As pesquisas mostram que a TCC é efetiva e reduz os sintomas de TDAH. Então pare de procrastinar, busque ajuda e caminhe para uma vida mais equilibrada e feliz.
4. Avalie outras condições psiquiátricas coexistentes
O TDAH raramente ocorre sozinho. A maioria dos indivíduos com TDAH tem pelo menos uma comorbidade (seria a ocorrência de um outro transtorno associado) – transtornos de humor, ansiedade e TOC são exemplos comuns. [por enquanto coloca hiperlink sobre o que é tdah] Se você estiver preocupado com uma possível condição adicional, o primeiro passo é tentar separar os sintomas detalhadamente para tentar descobrir onde o TDAH termina e onde a outra condição começa (idealmente junto do psiquiatra). Esta é uma das tarefas mais difíceis do paciente e também do psiquiatra. No entanto, é importante demais. Se houver uma clínica de TDAH por perto (marque já sua avaliação), comece por aí – eles podem encaminhá-lo para médicos especialistas em ambas as condições.
5. Regule seus hormônios com um bom especialista no assunto
Os níveis de hormônios na menopausa, na puberdade e no ciclo menstrual mudam a forma como os sintomas do TDAH se manifestam. Durante a menopausa, por exemplo, os níveis de estrogênio caem aproximadamente 60%, o que promove uma diminuição concomitante da dopamina e da serotonina. O resultado desse combo é menos clareza mental, mais dificuldade de concentração e maior distraibilidade – o que, quando combinado com sintomas de TDAH, pode tornar a vida um desafio bem pesado. Então considere a possibilidade de fazer terapia de reposição hormonal se já tiver apresentado a menopausa.
6. Medite e faça exercícios físicos regularmente
Aprenda a estabilizar seu humor através da meditação. Ao alterar a sua percepção do tempo, a meditação pode ajudá-lo a sentir que há mais horas no dia, além de reduzir os níveis de estresse. Se você é hiperativo e ficar sentado quieto lhe deixa em pânico, pode experimentar outras abordagens, como exercícios físicos, por exemplo. Existem estudos que mostram que os níveis de atenção melhoram após o exercício. Então bora se mexer!
Por fim, um lembrete importante:
Levantei acima algumas atitudes que podem lhe ajudar na sua jornada. No entanto, tenha paciência, lembre-se de que é um processo que leva algum tempo e que muitas vezes é difícil conseguir fazer tudo de maneira perfeita! As mulheres de maneira geral estão sobrecarregadas e precisamos cuidar para que a busca pela melhora seja leve, sem tanta cobrança e pensamento negativo.
Referência:
- Women with ADHD, Unite! How to Find Support, Help. Disponível em: <https://www.additudemag.com/slideshows/adult-women-with-adhd>.
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